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SIRUMBA

Considera-se que os jogos mais antigos da humanidade possivelmente são os de perseguição. Jogos que envolvem perseguidores e fugitivos, chamados na maioria das vezes de pega-pegas. Entre os vários jogos dessa natureza, se encontra na cultura brasileira a Sirumba.

 

   A sirumba como uma manifestação cultural composta por regras e objetivos estabelecidos pelos jogadores e grupos sociais que a efetivam, é um jogo ensinado de geração para geração. Porém, afirma-se que, assim como outros jogos, a sirumba é praticada cada vez menos nas ruas dos bairros pelas cidades. Os processos pedagógicos que ensinam esse jogo as gerações menores ganham relevância atualmente.

 

      No Brasil o jogo também é conhecido como “Policia e Ladrão”, “Pimbol”, “Sukita”, entre outros.

 

 

 

Possível Origem

 

       A falta de registros sobre os jogos tradicionais em relação a sua existência é um problema quando se almeja conhecer seus criadores, os locais originários e as épocas. O mesmo problema é encontrado no jogo sirumba.

 

     Como um jogo de perseguição, de uma tradição de jogos com “pegadores” e “fugitivos”, a sirumba provavelmente derivou-se dos pega-pegas conhecidos e vivenciados na época de seu surgimento. Há uma versão sobre a possível origem de sua prática no território brasileiro apresentada por Laperuta et al (2015), contribuindo com a compreensão de onde e por quem a sirumba surgiu no país.

 

     Laperuta et al (2015) e Dias (2010) identificam que o jogo sirumba foi trazido por uma família de Assis Chateaubriand no Paraná após passar férias em Portugal, por volta do ano de 1988. As crianças desta família gostaram do jogo e começaram a jogar aqui no Brasil. Introduzido no país o jogo ficou tão popular que começou a ser jogado nos recreios das escolas e nas ruas da cidade.

    Entretanto, o país, civilização e as pessoas que criaram a sirumba é um mistério. Incentiva-se estudo históricos que busquem solucioná-lo.

      Um elemento que não se sabe como surgiu é o próprio nome do jogo, "sirumba". A criação da nomenclatura de muitos jogos tradicionais também constituem-se mistério, o mesmo vale para a sirumba.

 

 

Organização do jogo: regras, formatos e objetivos

 

   Tradicionalmente o jogo Sirumba é realizado com vários jogadores desempenhando duas funções no campo: um grupo terá o objetivo de perseguir e o outro de fugir. Os jogadores que perseguem podem ser chamados de “sirumbeiros” ou “sirumbas”. O número de sirumbeiros e fugitivos no jogo dependerá do acordo entre os participantes. Geralmente o número de sirumbeiros é menos do que o de fugitivos.

 

     O campo mais conhecido desse jogo consiste em um grande retângulo, desenhando ao chão, com quadrados ou retângulos desenhados dentro do retângulo, como mostra a figura abaixo:

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

    Os sirumbeiros (perseguidores) não podem se locomover dentro dos quadrados (retângulos em branco na figura acima), pois, esses locais são destinados aos fugitivos. Assim, os perseguidores se locomoverão pelos corredores formados no campo entre um quadrado e outro. Na maioria dos jogos de sirumba, o objetivo dos fugitivos é chegar ao outro lado do triângulo sem ser capturados. Como possuem espaços próprios para os fugitivos, os perseguidores tentarão capturá-los quando os fugitivos saltarem entre os quadrados ou alcançando-os com as mãos nesses espaços. 

   

 

 

 

 

 

       Uma forma utilizada para se pegar os jogadores é realizar o movimento denominado “macaquinho” no qual o perseguidor fica em quatro apoios no chão e, com as mãos, tenta encostar nos fugitivos. 

 

       

 

 

 

 

 

       Em algumas variações da sirumba, o objetivo é fugir até ser pego. Ao final da partida, quando todos os fugitivos adversários são capturados invertem-se os papéis, quem perseguia passa a fugir e vive versa.

 

     A vivência do jogo sirumba nas aulas de Educação Física retrata uma forma possível de preservação cultural dos jogos tradicionais. O ensino e aprendizado desse jogo, como uma manifestação integrante da cultura brasileira, é imprescindível para sua contínua prática na atualidade.

 

REFERÊNCIAS:

LAPERUTA, Érika N.; ABREU, Luide C. F. de.; SILVA, Juliano G. da. Educação Física (PIBID –UEL): um relato de experiência do ensino do jogo popular “sirumba” como mediador da cultura local em conhecimento escolar. In: Anais do 7° Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar e 2° Congresso  Nacional de Formação de Professores de Educação Física. Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, 2015.

DIAS, Luciane H. R. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense: produção didático pedagógica. Secretaria de Estado da Educação, Paraná, 2010. 

Exemplo do movimento "macaquinho"

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